segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Professor da UFJF cria robô que busca notícias de JF na web e entrega no e-mail

Os profissionais de jornalismo sempre buscam uma fonte de notícias, afinal, devem estar por dentro de tudo o que acontece. Uma ferramenta que é frequentemente utilizada é o clipping, mas o que é isso? Clipping vem da gíria inglesa que quer dizer colagem. Portanto, no jornalismo seria o recorte de várias notícias relacionadas a um tema específico. Esse é um trabalho de muita atenção que exige tempo.


Pensando nisso o professor do curso de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Paulo Roberto Villela, criou o JF Cliping. “Quase que diariamente eu acessava vários sites de notícias sobre Juiz de Fora para ver o que estava acontecendo. É fácil perceber que é uma tarefa tediosa e consome um tempo precioso. Para facilitar este processo, fiz um programa de computador que capturava os links destas notícias (sobre Juiz de Fora) e enviava para o meu email.” Facilitando a vida de muita gente em Juiz de Fora que precisava recorrer aos vários veículos de comunicação da cidade, Villela criou um programa de computador que “captura” todas as notícias jogadas na rede. “Este programa é como um robô que faz tudo automaticamente e roda às duas horas da madrugada, todos os dias para as notícias sobre Juiz de Fora já estava disponível. Bastava ler os títulos das notícias, e clicar naqueles assuntos que me interessavam para acessar a íntegra das mesmas.” O professor, depois de amigos pedirem para utilizar o programa, resolveu torná-lo publico. Assim o JF Clipping sintetiza as notícias em uma espécie de boletim, que reúne as principais matérias da cidade e envia-as para os emails cadastrados em sua lista.

Conversamos com o professor sobre essa nova perspectiva de leitura de notícias tão importante para quem quer estar por dentro de tudo.

Ecaderno (E) – Qual espaço o senhor acha que a internet ocupa no nosso cotidiano hoje?

Paulo Villela (PV) - A internet é uma das invenções que mudaram radicalmente a vida das pessoas. Boa parte do nosso tempo é gasto acessando a internet para buscar informação e entretenimento, principalmente. Ela está tomando o espaço que antes era quase que todo ocupado pela TV. Sobre esta, a principal vantagem é a interatividade que a internet possibilita. Diferentemente da TV e dos outros meios de comunicação, a internet é um canal de comunicação de mão dupla. Ela permite receber a mensagem, mas também produzi-la e assim desta forma qualquer um seja pode ser emissor de conteúdo para o mundo. Essa é a força da internet e que faz a diferença nos dias de hoje para as pessoas. Elas ganharam poder com a internet. Já se percebe claramente que o mundo mudou muito com a força da internet. Ela já faz parte da história.

E - Como o senhor enxerga o papel das notícias nas salas de aula?

PV - Eu fiz vestibular em 1973 e me formei em Engenharia Eletrônica no ITA em 1977. Naqueles tempos a gente ficava sabendo o que acontecia no mundo apenas pelos jornais, rádio e tv aberta. Quem morava em cidades maiores ou estudava numa boa escola, podia ainda ir a uma biblioteca para pegar alguns livros emprestados que ajudavam a entender as notícias. Este era o ambiente onde a gente buscava informações que ajudavam na nossa formação. Basicamente, olhando este passado com o olhar do presente, eu diria que a gente ficava sabendo de quase tudo do pouco que nos chegava, de forma bastante filtrada, selecionada.

Hoje, 2009, passados pouco mais de 30 anos dessa época, a internet mudou completamente este paradigma de acesso às notícias. O volume de informações disponível para qualquer pessoa é muito maior do que era há apenas duas ou mais décadas atrás. Se por um lado isto nos dá a sensação de que sabemos muito mais do que antes, por outro sabemos também que sabemos relativamente cada vez menos, pois temos consciência do tamanho dessa imensa biblioteca que é a internet.

Para cadastrar o seu email e saber tudo o que está sendo noticiado sobre Juiz de Fora, basta fazer o cadastro na página do JF Clipping.


Fonte: http://www.ecaderno.com/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Olimpíada de Robôs da UFJF

A IV Olimpíada de Robôs da UFJF acontecerá nos dias 30 de setembro a 2 de outubro de 2010, quando ocorrerá também a semana da engenharia.
A programação será:
  • Quarta dia 30/09

8h30- Abertura do Evento

9h -Palestra:

10h- Exposição das pontes

13h30- Ruptura das pontes

18h - Premiação do concurso de pontes

  • Quinta dia 01/10

9h - Futebol de Robôs Rádio - Controlados

Desafio MINDSTORMS - Ensino Fundamental

13:30 - Palestra

15:30 - Palestra

17h - Futebol de Robôs Rádio - Controlados

  • Sexta dia 02/1o

8h - Futebol de Robôs Rádio - Controlados

Desafio MINDSTORMS - Calouros

10h - Prova Especial

11h - Futebol de Robôs Rádio- Controlados( Quartas de Final)

13h - Futebol de Robôs Rádio- Controlados (Quartas de Final)

14h - Prova Especial

Futebol de Robôs Autônomos

15h - Futebol de Robôs Rádio - Controlados(Semi-Finais)

16h - Futebol de Robôs Rádio - Controlados(Final)

17h - Cerimônia de Encerramento

Mais informações no site:

http://www.robos.ufjf.br/6olimpiadas/paginas/index.php?pagina=evento

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

V SIEP


TEMA: INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E A REVOLUÇÃO DA GESTÃO DE PROCESSOS.
DATA: 17, 18 e 19 DE SETEMBRO DE 2009

SOBRE O TEMA:
Os sistemas de Inteligência Empresarial (Business Intelligence) é a utilização dedados disponíveis nas organizações para disponibilizar informação relevante para a tomada de decisão. Combinam um conjunto de ferramentas deinterrogação e exploração dos dados com ferramentas que permitem ageração de relatórios, para produzir informação que será posteriormente utilizada pela gestão de topo das organizações.


O evento acontecerá no Novo Auditório do Centro Educacional de João Monlevade - MG, com capacidade para 900 pessoas sentadas em dois pisos, sendo a universidade sede a UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto, Campus João Monlevade.


João Monlevade, cidade universitária, posicionada como pólo regional, conta hoje com quatro instituições de ensino superior sendo duas públicas (Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP e Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG)e duas privadas (Fundação Comunitária Educacional e Cultural de João Monlevade - IES-Funcec; Faculdades Kennedy).


Veja a programação completa no site http://www.decea.ufop.br/siep/index.html

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nanorrobô industrial manipula nanotubos de carbono


Os nanotubos de carbono, assim como uma série de outras nanoestruturas e nanofios, são interessantes e promissores para várias aplicações científicas e tecnológicas.
Mas o desenvolvimento de tecnologias envolvendo objetos nessas dimensões tem um grande problema: como manipular estruturas tão pequenas que não podem ser vistas nem mesmo com o melhor dos microscópios ópticos?


Nanorrobô industrial



Este é o desafio que está sendo enfrentado pelo projeto NanoHand (nanomão), uma equipe que reúne cientistas de 12 centros de pesquisas europeus e cujo objetivo é construir aquele que provavelmente será o primeiro nanorrobô industrial.

Os primeiros protótipos estão mais para uma nanogarra robótica do que para uma nanomão, o que é mais do que suficiente para pegar, manipular e posicionar nanotubos de carbono ou nanofios com enorme precisão.

O nanorrobô inteiro mede dois milímetros, o que inclui todo o seu aparato de fixação no interior de um microscópio eletrônico de varredura, essencial para que o operador possa acompanhar o que a garra robótica está fazendo. "O conjunto inteiro é integrado no interior da câmara de vácuo do microscópio," explica o Dr. Volkmar Eichhorn, coordenador do projeto.

Movimento eletrotermal

A garra do nanorrobô tem uma abertura de até 2 micrômetros, sendo capaz de segurar com precisão objetos com dimensões na escala das dezenas de nanômetros.

Nessa escala, não é possível, e nem necessário, usar motores ou molas para acionar a garra mecânica: ela funciona por um princípio eletrotermal, em que uma pequena corrente elétrica causa a contração e a expansão da garra, fazendo-a fechar e abrir como se fosse uma pinça.

Forças intermoleculares

Mas isto não é tudo. Em nanoescala, as forças intermoleculares entre os objetos são mais fortes do que a gravidade. Desta forma, não basta abrir a garra para que o nanotubo solte-se e vá para a posição desejada. Na verdade, ele ficará grudado na garra do robô e não se soltará até que uma força maior do que a que o segura faça-o desgrudar-se.

Os pesquisadores encontraram duas possíveis soluções para o problema, nenhuma das quais ligada à estrutura do próprio nanorrobô. A primeira delas consiste em colar o nanotubo na sua posição final usando um feixe de elétrons - depois de ter sua extremidade colada, a garra pode se abrir e deixar o nanotubo na posição.

A segunda solução é mais exigente quanto ao local de deposição mas mais simples de operar. O local onde o nanotubo de carbono será deixado deve ser construído com princípios geométricos que garantam que ele exerça uma força molecular maior do que a força que mantém o nanotubo preso à garra do robô.

Nanofábricas

"No mundo todo, nós fomos o primeiro grupo que realmente conseguiu fazer experimentos automatizados de pegar e soltar objetos em nanoescala," diz Eichhorn.
Além do robô propriamente dito, os pesquisadores tiveram que desenvolver um programa de computador capaz de controlar todo o aparato, criando uma estação de trabalho para o controle e operação do nanorrobô.

O próximo passo da pesquisa é integrar o nanorrobô em uma nanofábrica que seja capaz de fazer todo o trabalho, desde a seleção do nanotubo até a sua deposição nos experimentos, como em chips, por exemplo. Para saber mais, veja a reportagem Nano-linhas de produção começam a dar formas a nanofábricas.


Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2009

Nanofio bioeletrônico conecta mundos biológico e eletrônico


Pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, mesclaram nanofios metálicos com moléculas de lipídios, criando um novo tipo de dispositivo para estabelecer uma conexão entre equipamentos eletrônicos e organismos biológicos.
O feito mereceu a capa da última edição da revista Proceedings the National Academy of Sciences.


Aplicações exóticas

Embora a primeira utilidade que venha à mente para tais eletrodos sejam os implantes neurais, permitindo que as pessoas controlem equipamentos com instruções emitidas diretamente pelo cérebro, eles abrem novos caminhos para aplicações bem mais amplas e até exóticas, incluindo novos tipos de transdutores e formas avançadas de troca de informações no interior dos computadores.

Enquanto os equipamentos eletrônicos usam campos e correntes elétricas para processar e transmitir informações, os sistemas biológicos usam um arsenal de membranas, receptores, canais e bombas para controlar a conversão de um tipo de sinal em outro - com uma eficiência que não pode ser comparado nem aos mais modernos equipamentos construídos pelo homem.
"Circuitos eletrônicos que usarem esses complexos componentes biológicos poderão se tornar muito mais eficientes," afirma Aleksandr Noy, coordenador do projeto.

Transístor de nanofios

A base do novo mecanismo é um transístor, o elemento básico de toda a eletrônica. A grande inovação é que a mesclagem entre biológico e eletrônico vai muito além de um simples revestimento biológico sobre os fios.

O transístor é feito com nanofios, cujas espessuras são comparáveis às das moléculas biológicas.


Esses nanofios são tão pequenos que os cientistas estão testando seu uso para conectar até mesmo moléculas individuais.

Integração eletrônico-biológico

Graças às mais modernas técnicas de nanofabricação, os cientistas conseguiram integrar os átomos superficiais dos nanofios do transístor com as moléculas biológicas de uma membrana de lipídios, uma estrutura encontrada em todas as células.

As membranas de lipídios são estáveis e são capazes de se autoconsertar quando sofrem algum dano. Além disso, elas formam uma barreira virtualmente impenetrável para íons e outras pequenas moléculas, mas são abertas às trocas protônicas.

Incorporando uma membrana de duas camadas sobre os nanofios do transístor, os cientistas formaram um revestimento superficial que forma uma barreira com o meio em que ele for inserido.

Controle eletrônico da membrana biológica

Os cientistas podem selecionar a membrana mais adequada à aplicação que tiverem em mente.

A principal característica da membrana lipídica é a dimensão dos seus poros, que estabelece o que pode e o que não pode chegar até o transístor, permitindo a leitura precisa dos sinais que o dispositivo deve captar.

Desta forma, é possível usar o transístor para ler informações sobre o transporte de moléculas de forma semelhante ao que os organismos vivos fazem, com a diferença de que, em vez do sinal ser lido por outro componente biológico, ele será lido eletronicamente pelo transístor.

A equipe também testou o controle no sentido inverso: alterando a tensão aplicada à porta do transístor, eles podem abrir e fechar os poros da membrana eletronicamente.

"Isto para não mencionar que essas membranas lipídicas podem abrigar um número praticamente ilimitado de máquinas protéicas que desempenham um grande número de funções críticas nas células, como reconhecimento, transporte e conversão de um tipo de energia em outro," acrescentou Nipun Misra, o principal autor do trabalho.


Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/08/2009


Nova data das Olimpíadas de Robôs da UFJF

Data do Evento: 23 e 24 de setembro de 2009

Mais detalhes no site: http://www.robos.ufjf.br/6olimpiadas/paginas/

sábado, 7 de março de 2009

Memórias alcançam nível molecular com automontagem de nanopartículas

Cientistas da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, descobriram uma técnica inédita e de fácil implementação para fazer com que nanopartículas auto-organizem-se sobre grandes superfícies.A técnica deverá trazer avanços sem precedentes na densidade dos dispositivos de armazenamento de dados, incluindo discos rígidos e memórias não-voláteis, além de uma série de outras possibilidades de aplicações nanotecnológicas.

Memórias e células solares

"Eu acredito que o novo método que nós desenvolvemos irá transformar as indústrias de armazenamento de dados e microeletrônica, além de abrir possibilidades para aplicações inteiramente novas," diz Thomas Russell, um dos participantes do estudo.



Entre as outras possibilidades de aplicação, a automontagem das nanopartículas poderá permitir a fabricação de tipos totalmente novos de células solares fotovoltaicas, a um custo mais baixo do que as atuais.


Automontagem de nanopartículas


A automontagem significa que as estruturas de armazenamento de dados, como a superfície de um disco rígido, por exemplo, serão construídas de baixo para cima, a partir de nanopartículas, que serão capazes de se estruturar sem intervenção. Hoje elas são feitas de cima para baixo, com técnicas de fotolitografia que estão se aproximando de seus limites físicos.


"A densidade alcançável com a tecnologia que nós desenvolvemos poderá potencialmente colocar o conteúdo de 250 DVDs na superfície de uma moeda de 1 centavo," explica Ting Xu, outro participante da pesquisa.


Copolímeros de bloco


A técnica emprega moléculas de um filme feito com copolímeros de bloco - duas ou mais cadeias poliméricas quimicamente diferentes ligadas entre si. Essas moléculas montam-se autonomamente em padrões extremamente precisos e equidistantes quando espalhadas sobre uma superfície adequada.


Esse mecanismo de automontagem dos copolímeros de bloco é conhecido há mais de uma década, mas os pesquisadores vinham tendo dificuldades em utilizá-lo na indústria porque a ordem das moléculas começa a se quebrar quando a área utilizada é muito grande.


Quando a formação se quebra, os domínios individuais não podem ser lidos ou escritos, o que inviabiliza sua utilização prática no armazenamento de dados.


Molde de safira


A solução encontrada por Russel e Xu foi colocar o filme de copolímeros de bloco sobre uma superfície de cristal de safira, um material disponível comercialmente.


Quando o cristal de safira é cortado em ângulo e aquecido a uma temperatura entre 1.300 e 1.500 graus centígrados, sua superfície se reorganiza em um padrão altamente ordenado em um formato parecido com a lâmina de um serrote. Esse formato de dente-de-serra pode então ser utilizado como molde para guiar o processo de automontagem dos copolímeros de bloco.


Com esta técnica, os pesquisadores construíram conjuntos de elementos nanométricos sem defeitos, com estruturas de apenas 3 nanômetros de largura. Essas dimensões traduzem-se em uma densidade de armazenamento de dados de 10 terabits por polegada quadrada - 1 terabit é equivalente a 1 trilhão de bits.


Para conhecer outra pesquisa envolvendo a automontagem de copolímeros de bloco, em um estágio mais próximo à utilização industrial, veja Automontagem molecular chega aos discos rígidos.



Bibliografia:


Macroscopic 10-Terabit-per-Square-Inch Arrays from Block Copolymers with Lateral OrderSoojin Park, Dong Hyun Lee, Ji Xu, Bokyung Kim, Sung Woo Hong, Unyong Jeong, Ting Xu, Thomas P. RussellScience20 February 2009Vol.: 323: 1030-1033DOI: 10.1126/science.1168108

Nanopartículas viram nanoestruturas complexas com ajuda do magnetismo

Agência Fapesp

05/03/2009


O que uma flor e o planeta Saturno têm em comum? A resposta está em determinadas simetrias, compartilhadas por ambos e que são frequentemente observadas na natureza.
Agora, um grupo de cientistas conseguiu criar um conjunto de condições por meio do qual minúsculas partículas em uma solução se agrupam nessas formas complexas, mas na escala nanométrica (com medidas na ordem do bilionésimo de metro).
Nanoestruturas complexas

Ao magnetizar uma solução líquida, pesquisadores das universidades Duke e de Massachusetts, nos Estados Unidos, conseguiram pela primeira vez fazer com que materiais, tanto magnéticos como não magnéticos, formassem intrincadas formas nanométricas.

Estruturas resultantes podem ser agrupadas de modo permanente, o que abre a possibilidade de usá-las como blocos de montar básicos para as mais diversas áreas e aplicações, como óptica avançada, armazenamento de dados ou bioengenharia.

Segundo o estudo, publicado na edição de 19 de fevereiro da revista Nature, mudar os níveis de magnetização dos fluidos controla como as partículas são atraídas ou repelidas umas pelas outras. Ao ajustar essas interações, as partículas magnéticas e não magnéticas se agrupam em estruturas complexas, de modo semelhante à formação de um floco de neve em torno de uma microscópica partícula de pó.

Magnetização de fluidos
"Demonstramos que mudanças sutis na magnetização de um fluido podem criar um ambiente no qual a mistura de diferentes partículas se agrupa em superestruturas complexas", disse Randall Erb, da Universidade Duke, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores formaram as nanoestruturas em ferrofluido, uma solução de nanopartículas suspensas formadas por compostos que contêm ferro. Uma das propriedades únicas desses fluidos é que eles se tornam altamente magnetizados na presença de campos magnéticos externos.
"A chave para a formação dessas nanoestruturas é ajustar as interações entre partículas magnetizadas positiva ou negativamente. Isso é possível por meio da variação da concentração de partículas ferrofluidas em uma solução", disse Erb.
Flor de Saturno
Segundo ele, as formas obtidas, que lembram uma flor ou o planeta Saturno, são apenas os primeiros exemplos de uma ampla gama de nanoestruturas que podem ser formadas por meio da nova técnica.

Estudos anteriores haviam conseguido criar minúsculas estruturas feitas de um único tipo de partícula, mas a nova pesquisa é a primeira a demonstrar a formação de nanoestruturas complexas em soluções que contêm diversos tipos de partículas.
A complexidade dessas estruturas determina como elas podem ser usadas. "Podemos obter uma rica variedade de estruturas diferentes ao mudar o tamanho, tipo e grau de magnetismo das partículas", disse Benjamim Yellen, da Universidade de Massachusetts, outro autor do estudo.
Para o cientista, tais nanoestruturas poderão ser usadas, por exemplo, em dispositivos ópticos avançados, como sensores, nos quais formas diferentes podem ser produzidas para possuir propriedades ópticas específicas.

Bibliografia:
Magnetic assembly of colloidal superstructures with multipole symmetryRandall M. Erb, Hui S. Son, Bappaditya Samanta, Vincent M. Rotello, Benjamin B. YellenNature19 February 2009Vol.: 457, 999-1002DOI: 10.1038/nature07766


IV Olimpíadas de Robôs 2009 - UFJF


As Olimpíadas de Robôs contam com a participação de estudantes de Juiz de Fora e região e consistem numa série de competições de robótica. Esse ano o evento será dividido em seis modalidades:


· Futebol de Robôs Rádio Controlados;

· Futebol de Robôs Autônomos; · Prova Especial;

· Desafio MindStorms para calouros;

· Prova Especial (para estudantes do ensino fundamental e médio);

· Desafio MindStorms (para estudantes do ensino fundamental e médio).

No Futebol de Robôs Rádio Controlados, as equipes se enfrentam com seus robôs numa prova que simula uma partida de futebol. Já no Futebol de Robôs Autônomos, estes são programados para o jogo sem que haja intervenção humana durante as partidas. A prova especial é um desafio proposto às equipes que, em edições anteriores do evento, foram provas como a elaboração de um protótipo de um robô capaz de recolher e identificar bolinhas coloridas espalhadas pelo campo ou um robô que fosse capaz de encontrar a saída de um labirinto sendo conduzido através de mecanismos foto luminosos. O desafio MindStorms é uma nova modalidade baseada nas já existentes competições de robôs criadas com os kits MindStorms da LEGO, que, devido às suas características de maior facilidade na montagem e programação, serão voltadas para calouros e estudantes do ensino fundamental e médiAdicionar vídeoo. Essas competições buscam explorar tanto o lado técnico quanto o lado estratégico das equipes. Para participar do evento, os próprios estudantes desenvolvem os robôs sob orientação dos professores.



Agosto de 2009

Aguardem


Mais detalhes no site: VI Olimpíada de Robôs

O que é nanotecnologia?

Cylon Gonçalves da Silva

Antes dos cientistas desenvolverem instrumentos para ver e manipular átomos individuais, alguns pioneiros mais ousados se colocavam a pergunta: o que aconteceria se pudéssemos construir novos materiais, átomo a átomo, manipulando diretamente os tijolos básicos da matéria? Um desses pioneiros foi um dos maiores físicos do século XX: Richard Feynman. Feynman, desde jovem, era reconhecido como um tipo genial. Uma de suas invenções foi o primeiro uso de processadores paralelos do mundo. Em Los Alamos, na época do desenvolvimento da primeira bomba nuclear, havia a necessidade de se realizarem rapidamente cálculos muito complexos. Feynman, então, teve a idéia de dividir os cálculos em operações mais simples, que podiam ser realizadas simultaneamente, e encheu uma sala com jovens secretárias, cada qual operando uma máquina de calcular (naquela época não havia computadores, nem calculadoras eletrônicas, e as contas tinham de ser feitas à mão, ou com calculadoras mecânicas limitadas às mais simples operações aritméticas).





Hoje em dia, essa mesma idéia é usada em computadores de alto desempenho, com microprocessadores substituindo as jovens secretárias! Em 1959, em uma palestra no Instituto de Tecnologia da Califórnia, Feynman sugeriu que, em um futuro não muito distante, os engenheiros poderiam pegar átomos e colocá-los onde bem entendessem, desde que, é claro, não fossem violadas as leis da natureza. Com isso, materiais com propriedades inteiramente novas, poderiam ser criados. Esta palestra, intitulada "Há muito espaço lá embaixo" é, hoje, tomada como o ponto inicial da nanotecnologia. A idéia de Feynman é que não precisamos aceitar os materiais com que a natureza nos provê como os únicos possíveis no universo. Da mesma maneira que a humanidade aprendeu a manipular o barro para dele fazer tijolos e com esses construir casas, seria possível, segundo ele, manipular diretamente os átomos e a partir deles construir novos materiais que não ocorrem naturalmente. Um sonho? Talvez, há quarenta anos atrás. Mas, como o próprio Feynman dizia em sua conferência, nada, nesse sonho, viola as leis da natureza e, portanto, é apenas uma questão de conhecimento e tecnologia para torná-lo realidade. Hoje, qualquer toca-disco de CD's é uma prova da verdade do que Feynman dizia. Os materiais empregados na construção dos lasers desses toca-discos não ocorrem naturalmente, mas são fabricados pelo homem, camada atômica sobre camada atômica.


O objetivo da nanotecnologia, seguindo a proposta de Feynman, é o de criar novos materiais e desenvolver novos produtos e processos baseados na crescente capacidade da tecnologia moderna de ver e manipular átomos e moléculas. Os países desenvolvidos investem muito dinheiro na nanotecnologia. Mais de dois bilhões de dólares por ano, se somarmos os investimentos dos Estados Unidos, Japão e União Européia. Países como Coréia do Sul e Taiwan, que têm sido muito melhor sucedidos que o Brasil na utilização de tecnologias modernas para gerar bons empregos e riquezas para seus cidadãos, também estão investindo centenas de milhões de dólares nessa área. nanotecnologia não é uma tecnologia específica, mas todo um conjunto de técnicas, baseadas na Física, na Química, na Biologia, na ciência e Engenharia de Materiais, e na Computação, que visam estender a capacidade humana de manipular a matéria até os limites do átomo. As aplicações possíveis incluem: aumentar espetacularmente a capacidade de armazenamento e processamento de dados dos computadores; criar novos mecanismos para entrega de medicamentos, mais seguros e menos prejudiciais ao paciente dos que os disponíveis hoje; criar materiais mais leves e mais resistentes do que metais e plásticos, para prédios, automóveis, aviões; e muito mais inovações em desenvolvimento ou que ainda não foram sequer imaginadas. Economia de energia, proteção ao meio ambiente, menor uso de matérias primas escassas, são possibilidades muito concretas dos desenvolvimentos em nanotecnologia que estão ocorrendo hoje e podem ser antevistos.


No Brasil, a nanotecnologia ainda está começando. Mas, já há resultados importantes. Por exemplo, um grupo de pesquisadores da Embrapa, liderados pelo Dr. L. H. Mattoso, desenvolveu uma "língua eletrônica", um dispositivo que combina sensores químicos de espessura nanométrica, com um sofisticado programa de computador para detectar sabores. A língua eletrônica da Embrapa, que ganhou prêmios e está patenteada, é mais sensível do que a própria língua humana. Ela é um produto nanotecnológico, pois depende para seu funcionamento da capacidade dos cientistas de sintetizar (criar) novos materiais e de organizá-los, camada molecular por camada molecular, em um sensor que reage eletricamente a diferentes produtos químicos. Você pode imaginar alguns usos para uma língua eletrônica? Para saber mais, visite a página http://www.cnpdia.embrapa.br/. Não é só na Embrapa, entretanto, que se faz nanotecnologia no Brasil. O mesmo acontece nas principais universidades e centros de pesquisa do país.


Aplicações em catálise - isto é, na química e na petroquímica, em entrega de medicamentos, em sensores, em materiais magnéticos, em computação quântica, são alguns exemplos da nanotecnologia sendo desenvolvida no Brasil. O que precisamos agora é aprender a transformar todo este conhecimento em riquezas para o país.


A nanotecnologia é extremamente importante para o Brasil, por que a indústria brasileira terá de competir internacionalmente com novos produtos para que a economia do país se recupere e retome o crescimento econômico. Esta competição somente será bem sucedida com produtos e processos inovadores, que se comparem aos melhores que a indústria internacional oferece. Isto significa que o conteúdo tecnológico dos produtos ofertados pela indústria brasileira terá de crescer substancialmente nos próximos anos e que a força de trabalho do país terá de receber um nível de educação em ciência e Tecnologia muito mais elevado do que o de hoje. Este é um grande desafio para todos nós.


Cylon Gonçalves da Silva é físico, ex-diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e idealizador do Centro Nacional de Referência em Nanotecnologia.